História - O melhor do bairro de Barro Preto, Belo Horizonte, MG

 

Barro Preto

Pólo da indústria da moda na região central da cidade

 


Considerado um dos bairros mais tradicionais de Belo Horizonte, o Barro Preto, localizado na região Centro - Sul, foi colonizado por imigrantes italianos, no início do século passado. Isso explica, por exemplo, o fato do Cruzeiro Esporte Clube, cujo nome original era Palestra Itália, ter se instalado na região. Segundo contam, o nome do bairro se deve a existência uma argila escura e viscosa, largamente encontrada na região e também ao solo pantanoso onde o mesmo foi construído.

Apesar de inicialmente ocupado por moradores oriundos das classes trabalhadoras, que contribuíram para a construção da capital, o Barro Preto também se destacou por ser um dos mais turbulentos da cidade, reduto de bêbados, maus elementos e frequentadores de cortiço. Abrigava uma temível guangue de menores desordeiros, conhecidos como moleques do Barro Preto.

Durante 18 anos, a senhora Maria do Carmo Delgado, 93 anos, foi administradora de uma pensão no bairro. Os 7 quartos da sua casa abrigavam diversos estudantes oriundos do interior do Estado. Maria do Carmo e os filhos, Elfra, 66 anos e Fábio, 56 anos, tinham uma rotina simples no dia a dia, que incluía esperar a carroça entregadora de leite, brincar em um campinho improvisado na Avenida Bias Fortes, ir ao cinema gratuito trazido por caminhões da Prefeitura Municipal, e passeios na Praça Raul Soares.

As ruas do bairro eram de paralelepípedos e os postes elétricos ficavam no meio delas. Sofríamos muito com as enchentes. A Bias Fortes morria no Arrudas, onde tinha um matagal. Para a gente não existia o outro lado da Contorno, descreve Fábio.

Na década de 70, com a chegada da verticalização, a paisagem foi se modificando, e as casas foram desaparecendo do cenário. O Edifício Sete Lagoas foi o primeiro do bairro, com mais de 10 andares. Aqui também tinha o Elite, uma casa de danças barra pesada para a época, lembra Elfra.

 

Desenvolvimento / Infra-Estrutura

O Barro Preto destaca-se no cenário urbanístico como marco de pontos referenciais da capital: a igreja de São Sebastião, construída em 1913; a Maternidade Odete Valadares; o Hospital Felício Roxo; o Fórum Governador Milton Campos e a Praça Raul Soares, centro geográfico da cidade, projetada pelo engenheiro Aarão Reis em estilo paisagístico francês.

Outra referência na paisagem local é o Edifício JK, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com 36 andares e 1.176 apartamentos, o conjunto começou a ser construído em 1953, no governo Juscelino Kubistchek, sendo concluído nos anos 70.

A sua população estimada é de 7 mil pessoas, que ocupa uma área de 110,7 hectares. Sedia importantes corredores de tráfego que acessam outras regiões, como as avenidas Amazonas, Augusto de Lima, Bias Fortes e Olegário Maciel. Oferece boa infra-estrutura, com destaque para as agências bancárias, supermercados, bares e restaurantes, locadoras de vídeo, padarias, sapatarias e armarinhos, além da sua proximidade com o Mercado Central.

Em 1978, o bairro acompanhou a instalação de um dos maiores pólos de moda da capital, tantas foram as lojas de atacado que ali se instalaram. Hoje existem no local cerca de 800 lojas de pronta-entrega, distribuídas por 12 galerias e 5 Shopping Centers. O atacado responde por 70% do comércio. As confecções empregam 2.500 costureiras, das quais 50% são terceirizadas.