História - O melhor do bairro de Mooca, São Paulo, SP

História da Mooca

A primeira citação encontrada referente ao bairro da Mooca é de 1556, quando a governança de Santo André da Borda do Campo, comunicava que todos estavam "obrigados a participar da construção da ponte do rio Tameteai (Tamanduateí)". Essa ponte se fazia necessária para a ligação entre zona leste e a freguesia eclesiástica da Sé.

A região leste era habitada pelos índios da tribo Guaiana (tupi-guarani), que deixaram algumas marcas tradicionais no bairro, inclusive seu próprio nome. Segundo historiadores, o vocábulo é oriundo do Tupi Guarani e possui duas versões, MOO-KA (ares amenos, secos, sadios) e MOO-OCA (fazer casa), expressão usadas pelos índios da Tribo Guarani para denominar os primeiros habitantes brancos, que erguiam suas casas de barro. Outros historiadores dão como certo que o mesmo é de origem asiática MOKA, que significa variedades de café, que vinha antigamente da cidade de MOCA (YEMEM), porto do mar vermelho.

A partir da transposição do rio Tamanduateí, acelerou-se o adensamento da área que foi gradualmente incorporando-se à cidade.

Ainda hoje, muitos nomes de ruas do bairro têm sua origem em palavras indígenas: Javari, Taquari, Cassandoca, Itaqueri, Arariboia, Guaimbé, Tabajaras, Camé, Juatindiba e outras.Aliás, além do indígena, outro elemento foi importante na origem do bairro da Mooca: o rio.

No início, esta região fazia parte das terras de João Ramalho, que nem chegara a tomar posse e, segundo conta a história, teria ajudado na catequisação e colonização dos índios.

Em 1567, Brás Cubas recebe oficialmente do Capitão Mor Jorge Ferreira a função de desbravar essas terras e fundar o Belém, Tatuapé e a Penha.

Na região leste, logo se tomou conhecimento da tribo Guaianases, do tronco tupi-guarani, que dominava o local.

Para aqui se chegar saía-se da Freguesia Eclesiástica da Sé, descia-se a rua do Carmo, atingia-se a rua Tabatinguera até atingir uma ponte de madeira denominada Tabatinguera ou Ipiranga chegando-se a uma trilha que se estendia até a Penha.

(Arquibanca do Joquei Clube da Mooca).

Em 1876, um fato importante marcou a história do bairro: Rafael Paes de Barros, senhor de muitas terras na região, que se estendiam até a Vila Prudente e Vila Alpina, criava o Clube Paulista de Corridas de Cavalo, atual Jockey Club, cujas arquibancadas comportavam 1200 pessoas, no sopé das chamadas colinas da Mooca, no mesmo local onde hoje está instalada a Administração Regional da Mooca

Em conseqüência disto, um ano depois, para atender aos apaixonados por turfe, se criou a linha de bonde Mooca-Centro, movida a tração animal.

Estava formado um envolvente centro de lazer, logo freqüentado pela alta sociedade do café, que vinha do Centro para apostar grandes somas nas corridas de cavalo, inclusive onde a Marquesa de Santos, já envelhecida, era uma das animadoras das corridas.Vale ressaltar que a Mooca foi escolhida para a localização do Turfe de São Paulo porque aqui era um ambiente de alta categoria, considerado um bairro excelente para se morar. O “Prado” permaneceu no local por 64 anos.

Casamento Família Vicente Montuori, 1913

A Mooca já era, então, um bairro valorizado. Juntamente com os largos São Francisco e São Bento, constituía ponto de passagem de carros, puxados por animais. 

Na época, este meio de transporte era uma inovação e logo São Paulo começaria a se transformar com a chegada da estrada de ferro Inglesa, com um ramal se estendendo pela rua dos Trilhos até o Hipódromo.

Um nova civilização surgia com os primeiros italianos chegando a São Paulo para construir a civilização do café. Em pouco tempo estava firmada a Sociedade Italiana da Mooca. E mais imigrantes aqui vieram se instalar: espanhóis, portugueses e na década de 30 os hungareses, como eram chamados os imigrantes da Europa Central e Ocidental.

O bairro foi aos poucos se formando; o local que era cheio de chácaras e sítios logo passou a ser ocupado por fábricas e usinas, além de casas de moradias para seus operários. Mas não só de trabalho viviam os moradores do bairro. Em 1923 foram inaugurados o Cine Teatro Moderno, o Cine Santo Antônio, em seguida o Cine Aliança, o Imperial, o Icaraí (mais tarde Ouro Verde) e o Patriarca.

Outro lazer, aliás, prazer dos mooquenses, era o “footing”, realizado aos sábados e domingos, entre a rua João Antônio de Oliveira e avenida Paes de Barros, onde as moçoilas desfilavam aos grupos, enquanto os rapazes sem namoradas ficavam apreciando e esperando por algum olhar convidativo.Com essa farta oferta de lazer e com um significativo número de boas lojas, o mooquense dificilmente saia do bairro

Rua da Mooca, 1957 (fonte: Almanaque Folha).

A avenida Paes de Barros, a rua da Mooca, a rua do Oratório e todas as suas transversais ainda não possuíam calçamento. A primeira rua urbanizada foi a Conselheiro João Alfredo.
Apesar de já existirem carros a motor, ainda eram muitos os veículos a tração animal.

O próprio corpo de bombeiros e os carros de segurança da Light moviam-se a tração animal.Mas, logo o bairro da Mooca recebeu um prêmio: foi o segundo bairro a ganhar o bonde “camarão”. Neste período, o avanço do transporte facilitou a formação do Clube Crespi, do qual de originou o Clube Atlético Juventus.

Na década de 30, São Paulo passou a ter um crescimento maior e os bairros continuavam a acompanhar este ritmo. Nessa década, a iluminação pública foi trocada pela eletricidade, os últimos lampiões da Mooca estavam na subida da rua da Mooca, na esquina da Marques de Valença e em direção ao Parque da Mooca. Na década seguinte a Mooca era considerado um bairro de elite, passando a Avenida Paes de Barros a receber famílias abastadas que construíam suntuosas mansões, algumas delas ainda hoje encontradas.

Fator importante para a evolução da Zona Leste foi a instalação de duas ferrovias: em 1868 a São Paulo Railway (Estrada de ferro Santos Jundiaí), assim conhecida como a Inglesa, ligando São Paulo ao porto de Santos. Em 1875, a Estrada de Ferro do Norte (o trecho paulista da estrada de ferro Central do Brasil), ligando São Paulo ao Rio de Janeiro.

Entre os novos bairros surgidos, destacam-se Belém e Mooca que atraíram numerosas fábricas.
As áreas próximas das ferrovias foram as preferidas pelas indústrias, já que o transporte das matérias-primas e combustíveis importados, bem como a produção para fora de São Paulo, dependia dos trens.
Essas indústrias utilizavam a mão-de-obra imigrante que aportava em Santos e era trazida para a Casa da Imigração (hoje Museu dos Imigrantes). Os operários e suas famílias se instalavam nas proximidades de seus empregos e impulsionavam o comércio local.

Após a primeira guerra mundial a industrialização de São Paulo ganhou novo impulso, acarretando a ampliação do parque industrial desta região.
Esta região que era considerada periférica na época da sua formação já estava densamente povoada na década de 1960.

Em 2002, foi aprovada a lei das Subprefeituras, que agregou à Mooca os distritos do Brás e do Pari - antes pertencentes à Subprefeitura Sé.

fonte: Site Subprefeitura Mooca, Wikipedia.org