História: Uma Viagem no Tempo
Local atual da TELHA NORTE. Local Atual da UNIBAN.
VILA YARA
O ano era 1924 quando a família Sasso se instalou na Vila Yara. Nessa época, Osasco não tinha mais de mil habitantes. Silvério Sasso montou uma leiteria numa pequena chácara localizada na rua que hoje leva seu nome. Seus vizinhos da época - as famílias Viana, Pizapia, Pereira, Coutinho e Bertoni - eram donos de pequenas glebas de dois alqueires.
Por volta de 1945, a Companhia Suburbana Paulista - que dominava os imóveis da região - vendeu parte dos terrenos de sua propriedade (onde hoje se localiza o Jardim Guadalupe) para o conde Matarazzo. O restante foi loteado. Assim, começou a Vila Yara, que tem esse nome em homenagem à filha de um dos donos da Suburbana.
Segundo depoimento do ex-vereador José Sasso ao extinto jornal Primeira Hora, no trecho compreendido entre onde há pouco tempo se localizava a Save e a Ricavel, descendo até o Espaço Feito à Mão, na Rua Deputado Emílio Carlos, havia um posto onde o gado descansava antes de ir para o matadouro do Frigorífico Wilson, que teve muita importância nos primórdios do bairro. As pessoas que começaram a Vila eram funcionários do Frigorífico. Por isso, pode-se dizer que a Vila Yara é um bairro de origem proletária.
Os primeiros moradores se instalaram na região na metade da década de vinte, mas o desenvolvimento começou efetivamente vinte anos depois quando, entre os habitantes, era grande o número de funcionários do Frigorífico Wilson. Segundo antigos moradores, havia muitos imigrantes, principalmente russos e poloneses, que eram contratados para trabalhar nas câmaras frias, pois eram mais resistentes, uma vez que não havia ainda roupas apropriadas. Como a Vila Yara era próxima ao Frigorífico, esses trabalhadores acabaram se instalando no bairro.
Hoje, as colônias estrangeiras são relativamente pequenas. O desenvolvimento tornou o bairro de Vila Yara um dos bairros de maior movimento e número de moradores da cidade de Osasco. A proximidade de um grande número de comércios na Av. Yara e o conglomerado de grandes redes que se instalaram no antigo bairro Industrial Autonomistas, como por exemplo o segundo maior Shopping Center do Brasil (Shopping União de Osasco), transformam dia a dia o perfil de bairro pacato que a Vila Yara manteve por várias décadas.
Prédio do Bradesco ao fundo.
CIDADE DE DEUS
Em 1943, Amador Aguiar foi contratado como diretor gerente da Casa Bancária Almeida, de Marília, interior de São Paulo, recebendo 10% das ações, tornando-se um dos sócios dessa instituição. O Banco mudou de nome para Banco Brasileiro de Descontos – Bradesco. A morte prematura de seu sócio fez de Amador Aguiar o diretor presidente.
O Banco passou a ter uma nova estratégia de empreendimento, mudando para uma filosofia simples, passando a ser um Banco voltado para os clientes. Os gerentes foram enviados para a linha de frente, saindo de seus gabinetes. Cheques preenchidos erradamente não eram devolvidos. O cliente era chamado para aprender a preencher corretamente e foi o primeiro Banco a aceitar o pagamento de conta de luz e a receber declarações de Imposto de Renda.
Amador Aguiar era homem ligado a terra e aos seus problemas. Possuía propriedades agrícolas em diversos Estados, dedicadas principalmente à cultura do café e à pecuária leiteira. Dirigindo a Cobrinco (Companhia Brasileira de Imigração e Colonização), entidade ligada ao Bradesco, muito contribuiu para o povoamento e colonização do norte do Paraná, com a criação de importantes cidades e abertura de estradas. Naquela época, a sede do Banco ficava na Rua 15 de novembro, em São Paulo.
Em 1951, Amador Aguiar assumiu a superintendência e só se tornou presidente do Bradesco em 1969, em substituição a José da Cunha Jr., genro do fundador do banco, José Galdino de Almeida. Foi projetada uma “cidade padrão” onde seria o núcleo residencial e a Sede do Banco e o local escolhido para a construção foi uma antiga fazenda que pertenceu à família Filipini, na porção sudeste da cidade. Na ocasião da compra, o jornalista Assis Chateaubriand batizou o local de Cidade de Deus.
O objetivo de Amador Aguiar era construir uma cidade tranqüila, onde o afastamento e o isolamento da metrópole paulistana trouxessem maior rendimento ao trabalho do funcionário. Era um conjunto de construções funcionalmente integradas, dispersas por uma área de 32,5 ha.
O Banco implantou ali sua matriz, um prédio de treze pavimentos, concluído em 1959, que centraliza os serviços internos do Banco, atualmente um dos maiores do país. Outros prédios complementam o setor bancário, abrigando serviços auxiliares. Foram construídas cento e cinqüenta casas residenciais, prédios de apartamento com cento e cinqüenta e seis residências, outra edificação incorporando edifício para solteiros com quartos mobiliados. Além disso, havia bar, restaurante, grupo escolar, supermercado, etc. Em 1962 apenas 769 pessoas moravam ali. Sua importância existe por causa de sua originalidade e caráter pioneiro.
Em 10 de março de 1953, com a presença do governador Lucas Nogueira Garcez, jornalista Assis Chateaubriand, Edmundo Monteiro, arcebispo de São Paulo Dom Paulo Rolim Loureiro, senador Alencastro Guimarães e diretores do banco, o núcleo residencial dos funcionários foi inaugurado assim como a matriz central de serviços, que recebeu o nome de Cidade de Deus. Em 1956, Amador Aguiar criou a Fundação Bradesco, com o objetivo de proporcionar educação e formação profissional para crianças, jovens e adultos. Em 1959, o Bradesco já se destacava como o maior Banco privado da América do Sul.
A escola da Fundação Bradesco foi inaugurada em 29/06/1962, com 300 alunos e 7 professores. Atualmente atende cerca de sete mil alunos em duas unidades. A instalação do Bradesco fez surgir os loteamentos que deram origem ao Bairro Cidade de Deus.
Frigorífico Wilson (1939/40) - Foto do IGC – Instituto Geográfico e Cartográfico da USP.
CONTINENTAL
A implantação da Continental Products Company ocorreu em 1915. O frigorífico trouxe maior dinamismo à economia local, gerando muitos empregos e ofereceu uma nova dinâmica ao bairro de Presidente Altino, que durante muito tempo teve sua vida ligada a essa empresa, que em 1934 passou a chamar-se Frigorífico Wilson.
O Matadouro da Companhia Continental, que no processo de produção usava as águas retiradas do Rio Pinheiros por meio de bombas e, para uso doméstico, se servia da água de poços que era levada por uma bomba para um enorme tanque que abastecia uma caixa situada no alto do edifício do matadouro e, posteriormente, diretamente para as casas dos empregados.
Local atual do WALL MART Local atual do CARREFOUR
INDUSTRIAL AUTONOMISTAS
Esse bairro possui a denominação de bairro industrial e está definido, em seu perímetro, através das áreas da industrialização da cidade. As décadas de 40 e 50 marcaram o momento de instalação das empresas de grande porte, sobretudo as de metalurgia pesada: em 1940, a Eternit (onde hoje está situado o Wall Mart); em 1950, o Moinho Santista (onde hoje se localiza o Carrefour); em 1951, Lonaflex; em 1953, é fundada a Cidade de Deus – Matriz do Bradesco e em 1957 a Brown Boveri inaugura uma fábrica na cidade de Osasco com o nome Indústria Elétrica Brown Boveri (IEBB). Essa fábrica começa a operar com 300 funcionários, brasileiros em sua maioria, além de engenheiros vindos da Suíça.
A implantação da Continental Products Company ocorreu em 1915. O frigorífico trouxe maior dinamismo à economia local, gerando muitos empregos e ofereceu uma nova dinâmica ao bairro de Presidente Altino, que durante muito tempo teve sua vida ligada a essa empresa, que em 1934 passou a chamar-se Frigorífico Wilson.
O Matadouro da Companhia Continental, que no processo de produção usava as águas retiradas do Rio Pinheiros por meio de bombas e, para uso doméstico, se servia da água de poços que era levada por uma bomba para um enorme tanque que abastecia uma caixa situada no alto do edifício do matadouro e, posteriormente, diretamente para as casas dos empregados.
Local da atual Rodoviária de Presidente Altino
Presidente Altino, o Mais Antigo Bairro da Cidade
A região foi assim denominada em homenagem a Altino Arantes, “Presidente” do Estado de São Paulo de 1916 a 1920.
O bairro que mais foi usado pelos primeiros prefeitos para afirmar a soberania municipal através da mudança do nome das ruas foi sem dúvida Presidente Altino.Pudera, Altino era o segundo bairro mais populoso da nascente cidade.
Em agosto de 1967, em plena ditadura militar, e até para não ter problemas com o governo central, a Câmara Municipal continuava se reunindo para trocar o nome das ruas do bairro, pois o prefeito administrava a cidade através de decretos.
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Por isso a antiga Rua Bernardo José de Lorena recebeu o nome de Lourenço Collino.
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Presidente Altino: Construção da Praça Dicran Echerefian, em 1963.
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A família Collino veio para Osasco com o fundador Antônio Agu. Outra pequena rua, paralela à anterior, que também trocou seu nome na busca de auxiliar o encontro da identidade cultural e territorial da jovem cidade de Osasco, foi a antiga Rua Caldeira Pimentel, que recebeu o nome de Ettore Bíscuola. Para não perder a mão, até pela proximidade geográfica, a antiga Rua Dom Pedro de Mascarenhas, cedeu seu nobre nome para que João Bíscuola viesse acompanhar a Ettore.
Desde o nome da primeira rua, o bairro sempre trocou o nome dos ilustres da capital, pelos cidadãos que aqui vieram e ajudaram a construir a cidade. É o caso da antiga Rua França e Horta que hoje é conhecida como Godolphim Silveira.
As praças deste bairro também tiveram seus nomes trocados para homenagear os que na cidade vieram morar. Por esse motivo que a atual Praça Dicran Echrefian já se chamou José Flávio. Nesta troca de nome velho por nome novo teve rua que trocou o seu nome de uma letra por umas tantas letras que ainda hoje lá estão, ex.: Avenida Henri Ford.
Como nem tudo é perfeito ou duradouro no mundo político, a próxima mudança foi para a então Rua E, que passou a se chamar Alice Velho Teixeira. A antiga Rua "N" recebeu o nome de Laerte Rizzardi e quem conhece sua extensão, não acredita que um decreto possa mudar o nome de tão insignificante rua. Não se pode dizer o mesmo da antiga rua, cujo nome era Existente, renomeada para Maria C. Pânica e da antiga Rua Nicolau Vergueiro, que passou a chamar-se Ana Zozi Toni.
A Rua dos Armazéns, que tinha este nome devido ter sido a rua mais próxima dos armazéns de café, passou a denominar-se Abílio Mandes. A Rua Pederneiras é hoje a Rua Zuma de Sá Fernandes. Por último, a antiga Rua Annete que passou a se chamar Joaquim da Ressurreição sumiu, já que no bairro não existe nenhuma rua com qualquer destes dois nomes.
Hoje, o bairro de Presidente Altino conta com uma estação de trem da CPTM, a Estação Presidente Altino, com integrações das Linhas 8 e 9, antigas linhas B e C, respectivamente.
Mais recentemente, no ano de 2007, a estação foi reformada, o que incluiu a construção de uma passarela de acesso que passa por cima do pátio ferroviário existente ali, ligando o bairro até o, outrora longínqüo, bairro do Jd. Wilson.
O bairro é marcado pela forte presença da comunidade armênia.
Industrial Altino - Incluso.
Fontes: http://pt.wikipedia.org
http://www.camaraosasco.sp.gov.br
Mara Danusa