História - O melhor do bairro de paraiba-do-sul-santo-antonio, Paraíba do Sul, RJ

A Fundação Cultural de Paraíba do Sul, desenvolve ações complementares às da Administração Direta da Prefeitura Municipal, e tem por finalidade principal promover o desenvolvimento cultural do município através da preservação de sua história e de sua cultura.

Portanto, por solicitação da Secretaria Municipal de Educação, e apoiando o projeto pedagógico e turístico – cultural, desenvolveu um breve estudo com informações históricas sobre a origem do município, os aspectos físicos, o patrimônio arquitetônico público e privado, a arquitetura religiosa, os museus e bibliotecas, o “Centro Cultural”, o “Cinema Popular” e o “Teatro Municipal”. Complementa esse estudo, o “Patrimônio Vivo”, ou seja, a cultura popular dinâmica, através das artes (plástica e cênica), do artesanato, das festas religiosas, das danças e músicas, dos rituais e da tradição oral, contando um pouco da história de nossa gente.

 

Ligia Maria Vaz Rodrigues

Presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul.

 

 

MUSEU SACRO HISTÓRICO DE TIRADENTES

Inaugurado em 21 de abril de 1972, instalado em uma pequena casa de partido arquitetônico     colonial     rural,     abriga      seu     a cervo      e      biblioteca.

A  criação  do  museu   está  intimamente  ligada  a  história  do  povoado   de Sebollas  e  a  Tiradentes.  Seu  acervo  museográfico  é  composto de imagens sacras ( séc. XVIII ), do antigo altar pertencente  a primeira capela local, alfaias religiosas,  documentos,  farda de alferes, objetos  de época e os restos mortais atribuídos  a  Tiradentes, que  no  final do século XVIII foi um dos Alferes do Império  responsável  pela  guarda  do “Caminho Novo”. Adepto aos ideais da Inconfidência  Mineira  passa  a  pregá-los pelas estradas e aldeias, e  entre elas, Sebollas em Paraíba do Sul.

Fato  este  que ,  com  sua  condenação  e  sentença  de  morte   em  1792,  o povoado de Sebollas  recebeu  parte  dos  despojos mortais de Tiradentes, enterrados no antigo altar da Igreja de Sant’Anna de Sebollas.

No  Sesquicentenário  da Independência  em  1972,  a  Secretaria  de Cultura   do  Estado e    a Prefeitura Municipal de Paraíba do Sul incorporam o “Monumento a Tiradentes”,   “o Museu  Sacro  Histórico  de  Tiradentes”; e  a “Igreja Matriz  de  Sant’Anna  como  monumentos  oficiais  representativos da história local e da Independência do Brasil.

Localizados em Inconfidência 3º distrito de Paraíba do Sul. 

A SENTENÇA DE TIRADENTES

Assinada no Rio de Janeiro, em 19 de abril de 1792, este foi o trecho da sentença do Tribunal de Alçada relativo ao alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. O rigor excessivo revela a intenção das autoridades em fazer dela uma punição exemplar, que desestimulasse qualquer tentativa de alteração da ordem constituída.

 

[A sentença encontra-se nos Autos-crime, 1792,pp. 59-75, na Biblioteca Nacional.]

“[...] Portanto condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, aonde em o lugar mais público dela será pregada em um poste alto até que o tempo a consuma; o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e de Sebollas, aonde o réu teve  as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma. Declaram ao réu infame, e infames seus filhos e netos, tendo-os, e seus bens aplicam para o fisco e câmara real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, e que nunca mais edifique, e não sendo próprias, serão avaliadas e pagas ao seu dono pelos bens confiscados, o no mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu.[...] In Jorge Caldeira, “Viagem pela História do Brasil”. São Paulo, Companhia de Letras, 1997, p. 114.