História - O melhor do bairro de Sapopemba, São Paulo, SP

SAPOPEMBA – 26 de junho de 1910
Criação do distrito: 1985


A história de Sapopemba está viva na memória de seus moradores mais antigos. O primeiro nome dado à região pelos imigrantes italianos foi Monte Rosso, devido à terra vermelha, própria para a agricultura e fabricação de telhas e tijolos. Depois veio o nome Sapopemba, originário da árvore Sapopema, espécie comum na Amazônia que desenvolve raízes de até 2 metros de altura ao redor de seu tronco.
 

Mas foram os portugueses os responsáveis pelo povoamento do bairro, que transformaram as grandes extensões de terras férteis em chácaras de plantação de verduras. Américo Colaço Secco, morador da região desde 1923, conta que os filhos sempre ajudaram no trabalho da roça: "Tudo o que plantávamos era vendido no mercado da Rua da Cantareira, próximo do Parque Dom Pedro", lembrando o tempo em que o local era todo de madeira.

José Annes, 82, é outro morador com história para contar. Ele diz que em 1924, durante os 28 dias da Revolução, foi expulso de casa com sua família pela artilharia carioca e mineira, e teve que fugir em carros de boi. Segundo Annes, a agricultura foi introduzida na região pelos imigrantes portugueses. "As pessoas que moravam aqui viviam de cortar as árvores que já existiam e vender os feixes de lenha para as padarias do Belém", afirma.

O evento mais importante da história de Sapopemba foi a chegada da imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda de Portugal em 1931. Encomendada por João Alves Pereira, a imagem só foi liberada pela alfândega depois que uma comissão de moradores pagou 3 contos de réis, valor que Pereira não dispunha. "Cada um deu o que podia, mas todos contribuíram", conta Secco, filho de um dos integrantes da turma que pagou a taxa alfandegária.

Aí então, uma procissão grandiosa levou a estátua da santa até Sapopemba. "O grupo que carregava a imagem partiu da Rua Padre Lino, na Quarta Parada, e outro saiu da Igreja de São Roque, onde hoje é a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima e São Roque", afirma Annes, lembrando os momentos que viveu aos seus 16 anos. O encontro dos dois grupos aconteceu na Capela de Santa Cruz, na Estrada da Barreira Grande.

Mais tarde, ao lado da antiga Igreja de São Roque, foi erguido um santuário para a imagem da santa. famílias influentes da região.

Festa - A tradicional Festa de Nossa Senhora de Fátima, realizada nos meses de maio durante os últimos 76 anos, era a data em que Paulino da Silva reservava para visitar seus parentes em Sapopemba. Morando em São Paulo desde 1957, quando deixou o interior paulista, Silva decidiu mudar-se para a região em 1981. "Sempre tive uma simpatia muito grande pelo bairro", garante ele.

Hebe Camargo - O mineiro Edivino José de Souza conta que devido à falta de qualquer tipo de transporte público em Sapopemba, sua mudança para a casa que comprara no bairro em 1952 teve que esperar alguns anos: "Só mudei em 1958 e, mesmo assim, tinha que ir de caminhão pau-de-arara até Água Rasa, onde tomava o bonde para o centro", conta.

Souza lembra, com saudade, das paqueras na porta da igreja. "Depois da missa, os casais namoravam no Cine Sapopemba ou iam à "cidade"", relembra. No centro, o destino era o auditório da Rádio Nacional. "Assistíamos ao programa da Hebe Camargo, às 20 horas, no domingo", revela sorridente.

Escola de Samba - O bairro tem uma escola de samba, a Combinados de Sapopemba, fundada em 12 de dezembro de 1984. Presidida por Zilberto José da Silva, suas cores oficiais são vermelho, branco, verde e preto.

A Escola é originária do já extinto bloco carnavalesco "Café com Leite", que desfilou apenas por 4 anos pelas ruas de Sapopemba; suas cores, vermelha e branca, vieram em conseqüência das fantasias oriundas da Escola de Samba Paulistano da Glória, onde desfilavam a maioria dos componentes do bloco, e que depois do desfile oficial, com a mesma fantasia, faziam o carnaval de Sapopemba.

Em 1984, Mestre Saraiva, o primeiro presidente, juntamente com sua diretoria, conseguiram a filiação na União das Escolas de Samba Paulistanas - UESP, e assim a Escola passou a desfilar oficialmente na categoria de Escola de Samba, fazendo grandes carnavais, em uma linha de homenagens à celebridades paulistanas.

Inesita Barroso (1992) campeã, Maurício de Souza (1993), Jair Rodrigues (1994) campeã, Tonico e Tinoco (1995), todos eles desfilaram com a escola, e Inesita Barroso continua desfilando até hoje, ela que é a Madrinha da Ala de Compositores."