História - O melhor do bairro de Centro, Suzano, SP

História da Cidade

A história de Suzano teve início em meados de 1660, com a construção de uma capela na área conhecida hoje como Baruel. Em pouco tempo formou-se um povoado, que anos mais tarde se tornaria um município. Ao longo da história, elementos como a estrada de ferro e a participação de famílias tradicionais foram de fundamental importância para o desenvolvimento local. Sem esquecer também da natureza, que presenteou os suzanenses com áreas ricas em fauna e flora, como é o caso do Santuário Ecológico Miraporanga.  

Após disputas acirradas entre índios Pés Largos e os Guaianases, nativos dessa área, o Frei Salvador Baruel deu início à construção de uma capela. Tendo em vista que a edificação apaziguou os ânimos dos indígenas e atraiu novos moradores, que viram ali possibilidades maiores de desenvolvimento, o padre Antônio Souza e Oliveira reconstruiu o santuário em 1750 e deu a ele o nome de Nossa Senhora da Piedade de Taiaçupeba. 135 anos mais tarde, a capela foi transformada em igreja.  

Em pouco tempo, a área passou a ser conhecida como Baruel - nome escolhido pela presença da família Barweel, que chegou a Suzano no século XVI. Desde então o bairro se expandiu e cativou novos moradores. Em 1895 a igreja ruiu por conta de uma forte chuva e somente com a chegada da família Bianchi foi reconstruída.  

A modernização de Suzano teve um grande salto em 1875, quando a via férrea foi construída por fazendeiros do Vale do Paraíba, visando principalmente o transporte do café. A estrada cortava Suzano e foi uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da área, que a partir dos trilhos registrou um número bem maior de visitantes. Logo, Suzano era bem conhecida e ganhava força no setor industrial, reforçado pelas vantagens do transporte mais eficaz e rápido dos trens.  

Apenas em 1869 a estação de trens foi oficialmente construída - a estrutura atual não foge do padrão do passado, tanto que muitas casas em estilo colonial ainda são utilizadas pelos próprios funcionários da CPTM. Em contrapartida, a rotina calma da estação ficou no passado. Com cerca de 18 mil usuários passando diariamente pela estação atualmente, o corre-corre e a agitação fazem parte do dia-a-dia nos trilhos.  

Conhecida como Estrada de Ferro do Norte ou São Paulo-Rio, foi aberta para o transporte de passageiros apenas em 1875. Na época, o local era conhecido como Guayó, mas anos mais tarde o nome foi alterado para Suzano em homenagem ao engenheiro Joaquim Augusto Suzano Brandão, que morava na central ferroviária. No ano de 1992, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) passou a controlar a linha - que interliga a Luz à estação Estudantes (Linha E), em Mogi das Cruzes.

A Igreja Matriz de Suzano, Paróquia São Sebastião, foi fundada em 1897. A construção começou com uma pequena capela em chão de terra batida e iluminação fraca no entorno. Quase 110 anos depois, a igreja apresenta uma estrutura moderna, rodeada por uma praça arborizada, comércio com forte movimento e trânsito intenso. 

Os responsáveis pela obra foram os irmãos Thomé e Antônio Marques Figueira, que fundaram uma pequena capela que deveria servir apenas à família Figueira - porém, anos mais tarde, a pedido de Thadeu José de Moraes, fundador do Diário de Suzano, passou a ser a Igreja Matriz de Suzano. O povoado naquele período era conhecido como Vila da Piedade. Contudo, a realização da primeira missa em homenagem a São Sebastião deu ao vilarejo o nome de São Sebastião do Guaió. 

Muitas famílias de origem italiana, portuguesa e japonesa serviram como base para a criação de alguns bairros e indústrias importantes na história de Suzano. Os Raffo foram uma delas. O italiano Giovanni Battista Raffo veio para Suzano em 1915. Para não perder os laços com sua terra natal, deu início à fabricação de vinho no porão da sua casa, um sobrado na Rodovia índio Tibiriçá, altura do número 4600. 

Anos mais tarde, em 1962, ampliou a empresa e deu a ela o nome de Viti Vinícola Irmãos Raffo Ltda., ou melhor, Indústria de Bebidas Irmãos Raffo Ltda. Além de oferecer empregos em larga escala, Raffo se preocupava com o bem-estar das pessoas no entorno. Isso atraiu a atenção de muitas pessoas que se mudaram para aquela região (Tabamarajoara) e que posteriormente começaram a chamar o local de bairro do Raffo. Atualmente a fábrica não está mais ativa, mas a família ainda utiliza o sobrado e também a capela, que esporadicamente é sede de algumas missas. 

Seguindo a linha de famílias tradicionais que contribuíram para o crescimento de Suzano e também para toda a sua estruturação, os Romanato não podem ser deixados de lado, bem como os Maluf, que seqüencialmente contribuíram para a formação de bairros como a Vila Maluf e o Parque Maria Helena. Jorge Bey Maluf construiu a Tinturaria e Estamparia de Tecidos Suzano. Contudo, em 1957 a vendeu para a família Romanato - ainda assim, foi homenageado e teve seu nome colocado no bairro Vila Maluf. A fábrica está desativada atualmente.

A Assistência e Promoção Social Exército de Salvação (Aproses) Lar das Flores foi incorporada pelo Exército da Salvação em 1945. Entretanto, vários trabalhos sociais envolvendo crianças e adolescentes já eram desenvolvidos em meados de 1909 pelos missionários americanos Carl William Cooper e Sara Chambers Cooper. 

O ambiente foi criado para servir de orfanato e acolher menores em situação de risco, mas um detalhe mudou muito a concepção: a presença da família. Na verdade, os jovens eram encaminhados para o lar, onde se instalavam em uma das quatro casas-lares - lá, viviam normalmente com no máximo dez crianças e uma mãe social. Assim, tinham contato com uma rotina familiar comum. A estrutura comporta as necessidades dos internos, que contam com um Núcleo de Desenvolvimento Infantil (Nudi) que atende 160 crianças. 

A colônia japonesa contribuiu muito para a cultura de Suzano. Um dos maiores exemplos disso é a Academia Terazaki. O Centro de Instrução de Judô começou a ser construído no ano de 1937 por Tokuzo Terazaki, que idealizava expandir os ensinamentos do judô. Sua conclusão deu-se em 1952. A academia é uma réplica do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan. Muito espaçoso, chama a atenção principalmente pela foto de seu fundador, que pode ser vista ao fundo do amplo tatame. Muitas peças da decoração vieram do Japão e resistem bravamente à ação do tempo.

Muitas crianças carentes encontraram no Terazaki a oportunidade de ter contato com um esporte. Em termos estruturais, o prédio continua intacto, não passou por nenhuma modificação. Por outro lado, alguns reparos são necessários para que o local não se descaracterize, e também para que os freqüentadores permaneçam no local em segurança. 

Outra participação importante dos japoneses em Suzano é apontada pela grande quantidade de templos budistas no município. Um deles, mantido pela Associação Paulista de Igrejas Budistas Nambei Shingonshu Daigozam Jomyoji, apresenta uma estrutura grandiosa e rica em detalhes. Imagens e construções cheias de significado estão espalhadas por todos os espaços. 

Muitos suzanenses desconhecem o templo do Casa Branca, porém, a igreja completará 40 anos no mês de outubro. Responsável por manter vivo o Budismo, o templo conta com elementos importantes para os orientais e curiosos para aqueles que não conhecem bem a religião. Grandes Guardiões, conhecidos como “nioos”, bem como um Buda chamado Fudoomyo, que carrega uma espada e uma corda nas mãos - representando o bem e o mal - , chamam a atenção dos visitantes.

Reconhecido como o maior jardim botânico particular do Brasil, o Instituto Miraporanga contribui para que Suzano seja conhecida como a “Cidade das Flores”. O projeto, que inicialmente não passava da vontade de um apaixonado por plantas de reunir uma grande quantidade de espécies, atingiu proporções gigantescas e hoje resulta na união de sete sítios, em mais de um milhão de metros quadrados. 

Fundada há pelo menos 50 anos, a área concentra cavernas, fontes e olhos d’água, 1,5 mil tipos de bromélias e animais raros. Muitas reformas estão sendo planejadas e foram colocadas em prática. Piscinas naturais, melhorias das trilhas e placas de identificação também fazem parte dos projetos em andamento para tornar Miraporanga um local mais didático e completo.
Aberta à visitação pública desde o ano passado, a reserva oferece lazer e contato com a natureza, além de caminhadas, visitas a cavernas, piscinas, pesqueiro e uma feira artesanal, voltada para o material produzido pela comunidade local. Assim, a vizinhança pode trabalhar, mantendo-se próxima às suas casas e gerando sua própria renda.

Suzano traz na sua história elementos que enriquecem mais ainda o trajeto percorrido até esses 57 anos de emancipação. Por outro lado, mesmo quando ainda pertencia a Mogi das Cruzes, dava indícios de crescimento. Em todos aspectos Suzano é muito completa e com um inquestionável sentimento de progresso. 

Desde a criação de fábricas, até o desenvolvimento trazido por elas. A colaboração das inúmeras famílias tradicionais, que habitaram Suzano no passado e que permanecem representadas por seus descendentes, bem como a natureza que contribuiu com belas áreas de verde foram os ingredientes usados para Suzano ser o que é hoje.