História - O melhor do bairro de Vila Figueira, Suzano, SP

 

Francisco Baruel, em sua árdua missão de catequizar os índios da região, fixar-se nas terras, que hoje constituem o Município de Suzano e fundar o povoado que ocupa lugar de destaque dentro do nosso Estado. Mas muitas coisas aconteceram desde aqueles dias, que marcaram o início da história do Município.

Os primeiros registros datam de 1874 ou 1875, quando foram implantados os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo - Rio cortando os Campos de Mirambava e levando indícios de civilização à região, transformando-a e despertando o interesse de muitos aventureiros, que buscavam novas terras. Alguns anos mais tarde, em 1879, no desempenho de suas funções, Antônio Marques Figueira, feitor da Estrada de Ferro, estabeleceu-se na região. Foi em 1885, no dia 22 de maio, que definitivamente radicado no local, construiu a primeira casa. Nesse mesmo ano chegou o seu irmão Thomé Marques Figueira, que prestou valiosa contribuição para a implantação do povoado. Em 1890, os dois irmãos mandaram elaborar a planta da cidade, trabalho executado pelo Conde Romariz.

O primeiro nome da localidade foi "Vila da Concórdia", passando posteriormente a denominar-se "Vila da Piedade". Algum tempo se passou em sua história: Em 11 de abril de 1891 foi encampada pela Estrada de Ferro Central do Brasil. Consolidando a implantação desse novo povoado, os irmãos Figueira construíram uma igreja, tendo a 20 de janeiro de 1897, data consagrada a São Sebastião, celebrado sua primeira missa. Então, a Vila passou a ser conhecida por São Sebastião do Guaió. Nessa época, a Estrada de Ferro Central do Brasil passou a contar com uma nova administração, tendo à sua frente o engenheiro Joaquim Augusto Suzano Brandão. Foi construída uma estação na localidade e a Vila, a 11 de dezembro de 1908, passou a ser chamada oficialmente pelo nome de Suzano, denominação que é mantida até hoje. O povoado experimentou constante crescimento, aumentando a sua população e justificando dessa maneira sua elevação para a categoria de Distrito, anexo ao Município de Mogi das Cruzes.

Isso aconteceu em 27 de dezembro de 1919, segundo determinação da Lei Estadual nº 1705, promulgada pelo, então governador do Estado, Dr. Altino Arantes. O dia 8 de dezembro de 1940 também foi registrado na história de Suzano. Nesta data, o arcebispo de São Paulo, dom José Gaspar Afonseca e Silva, determinou a elevação de Suzano à categoria de Paróquia, motivado pela sua importância dentro do contexto regional. E, finalmente, em 8 de dezembro de 1948, Suzano atingiu a condição de Município autônomo, com direito de dirigir a sua própria política, procurando o seu desenvolvimento. Nesse sentido, foi promulgada a Lei nº 233, pelo então governador do Estado Dr. Adhemar Pereira de Barros. Em 14 de abril de 1958 foi criada, segundo Lei nº 381, a Comarca de Suzano, cuja instalação ocorreu em 26 de maio de 1962. Foi seu primeiro magistrado o juiz de Direito, Dr. José Dourador. Foram seus sucessores os Drs. Olavo Zampol e Mohamed Amaro. Inicialmente, a Comarca era constituída pelos Municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba.

Com a posterior criação da Comarca de Poá, em 12 de agosto de 1967, passou a ter jurisdição apenas nos municípios de Itaquaquecetuba e Suzano.

Imigração

No dia 18 de junho de 1908, ao desembarcarem do cargueiro Kasato Maru, no porto de Santos, litoral de São Paulo, os primeiros imigrantes japoneses, traziam na bagagem sementes, ferramentas agrícolas, poucas roupas e uma grande ilusão.

Convencidos por um japonês chamado Ryu Mizuno de que o trabalho de poucos anos nas lavouras de café brasileiras lhes daria fortuna suficiente para voltar ao Japão e viver tranquilamente o resto de seus dias, 781 imigrantes japoneses iniciaram uma longa batalha, marcada, por desilusões, saudades e arrependimentos, mas sobretudo muito trabalho, sacrifício, coragem, idealismo e perseverança.

A imigração tem na sua história alguns segredos indecifráveis e muito sofrimento suplantado com persistência e a paciência dos orientais. Hoje, desponta com outro roteiro bem mais feliz. Em Suzano, a colônia mantém suas tradições e está envolvida em todos os setores da nossa sociedade.

A união, a vontade de fazer acontecer, o trabalho, o dinamismo e a competência dos filhos da terra do Sol Nascente fizeram com que conquistassem um lugar de destaque também em Suzano.
É sabido que desde o século XVI já era conhecido o local onde hoje está situado o município de Suzano. Incursões a caça de índios e ouro já aconteciam com gente vinda do Litoral, de São Vicente (fundada em 1532), inicialmente. Depois, já com os povoados de São Paulo de Piratininga, São Miguel Paulista e Itaquaquecetuba, a região foi se tornando mais conhecida.

O primeiro documento que descreve área compreendida no território do atual Suzano, data de 10 de dezembro de 1609, é a sesmaria dada a um certo “Rodrigues”, dos

“Campos do Itacurubitiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vae para Boigi Mirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Guayao por elle arriba até dar em outro no que se chama..... dali dará volta a demarcação pelas faldas do outeiro da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande Anhemby e por o rio grande até dar digo até tornar aonde começou a partir e assim mas meia......com dois capões que estão de fronte da dita dada a saber um capão que se chama de Yytucurubitiva e outro .......Assupeva......”

Em documento de delimitação da Vila depois conhecida por Mogi das Cruzes, de 1663, já temos citada uma “Estrada Real do Guaió”, por onde passariam todos que voltassem do litoral ou de São Paulo para essa Vila. Essa estrada deveria passar ao sul da atual sede do município de Suzano, percorrendo passagem entre os rios Guaió e Taiaçupeba Mirim. Nessa região vieram a ser descobertos veios de ouro, que vão adquirir significativo relevo, sendo no tempo consideradas as lavras auríferas mais importantes da Capitania.

Nesse percursos da Estrada Real do Guaió, próximo a cabeceira do rio Taiaçupeba Mirim, uma paragem vai sendo conhecida desde os fins do século XVII, o local passa a receber mais gente e se torna um núcleo populacional conhecido por Taiaçupeba.

É com a preocupação de apoio religioso que por volta de 1720 o Padre Antonio de Souza e Oliveira ergue no local a primeira capela em honra de Nossa Senhora da Piedade.

Documentos registram que a 20 de setembro de 1750 toma posse, perante o Visitador Antonio de Medeiros Pereira, como Administrador da Capela Antonio Frazão Meirelles. E a 30 do mesmo mês é nomeado como capitão da Capela de Taiaçupeba Bruno Novaes. Isso dá bem idéia da importância do local em meados do século XVIII.

Na Segunda metade do século XVIII já está identificada na comunidade a liderança do rico proprietário Antonio Francisco Baruel. Há registro de um “anúncio” que ele teria ordenado fazer em 1779 para que fossem presos sete escravos fugidos. É dessa época que o local, antes conhecido por Taiaçupeba passa a ser denominado pelo sobrenome de seu mais importante proprietário, Baruel. Cerca de um século depois a família desse nome terá desaparecido da região, mas ficará para sempre como designação do local, Baruel.

Com início da ligação ferroviária entre Rio de Janeiro e São Paulo pela Companhia Ferrocarril em 1873 teremos uma alteração definitiva no centro populacional de nossa cidade. O trecho ferroviário entre São Paulo e Mogi das Cruzes é inaugurado em 6 de novembro de 1875, com uma primeira parada na região de Guainases. Bem no centro dos oito quilômetros de ferrovia que cortam o município de Suzano, entre os rios Guaió e Taiaçupeba Açu, conhecido como Campos de Mirambava, foi construída uma segunda parada o embarque de lenha. Essa parada vai ser chamada de Piedade, em razão da proximidade, uns dez quilômetros ao sul e dada a importância do Vilarejo do Baruel, com sua Capela à Nossa Senhora da Piedade.

É junto à parada Piedade que o jovem feitor da ferrovia, Antonio Marques Figueira vai construir sua Casa, a primeira do local, terminada em 2 2de maio de 1885. Figueira vai juntar-se a outros proprietários da região, o Major Francisco Pinheiro Froez, dono das Fazendas Boa Vista e Revista, ao Major Guilherme Bocault, líder político de Mogi das Cruzes e ao Conde João Romariz, proprietário da Fazenda que se localizava onde hoje é o bairro da Vila Amorim. Visavam fundar um arruamento junto à parada Piedade. Romariz fez o desenho da futura Vila da Concórdia, que foi aprovada em 11 de dezembro de 1890, pelo novo Governo Republicano.

Em 11 de Abril de 1891, depois da encampação da Ferrocarril pela Estrada de Ferro Central do Brasil, o povo local consegue que no local da sua humilde parada seja inaugurada a Estação Piedade. Em 1894 é inaugurado o Posto Telegráfico.

Entrando do século XX, a pequena estação de madeira já mostrava sinais de sua precariedade. Os trens já não mais demandavam lenha. O povo temia o pior, a desativação da estação. Os líderes locais foram então solicitar ao engenheiro da ferrovia, residente em Mogi das Cruzes, que construísse uma estação de alvenaria. O engenheiro Joaquim Augusto Suzano Brandão autorizou a construção, que em 22 de dezembro de 1907, teve em sua homenagem, a placa trocada de Piedade para Suzano. Mas é só a 11 de dezembro de 1908, depois de 18 anos de sus fundação que a vila passou a chamar-se definitivamente Suzano.

Com o seu crescimento foi natural que a 17 de dezembro de 1919, pela Lei Estadual nº 1705, promulgada pelo então Presidente do Estado, Dr. Altino Arantes, a Vila de Suzano se tornasse distrito de Mogi das Cruzes. Mas o ato oficial de instalação só veio a ocorrer efetivamente a 4 de maio de 1920, depois da nomeação três dias antes, do sub-prefeito Antonio José da Costa Conceição.

A criação da paróquia de Suzano, apesar da tradição religiosa de seu povo, só veio a se concretizar a 8 de dezembro de 1940, por decisão do Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar de Affonseca e Silva.

No entanto só depois de muito luta e determinação de seus líderes é que foi finalmente conseguida a sua autonomia. Ela vem ocorrer apenas em 24 de dezembro de 1948, com a promulgação da Lei Estadual nº 233, assinada pelo então Governador do Estado, Dr. Adhemar de Barros. As eleições para os primeiros Vereadores e Prefeito Municipal foi realizada em 13 de março de 1949. A posse deles foi realizada no Cine Suzano, localizado então na Praça João Pessoa, a 2 de abril de 1949. Essa foi a data escolhida posteriormente para o aniversário da Cidade.

A criação da Comarca de Suzano ocorre pela Lei Estadual nº 5285, sancionada a 31 de dezembro de 1958, mas promulgada apenas em 18 de fevereiro de 1959, pelo então governador do Estado, Dr. Jânio da Silva Quadros. Mas a sua instalação só ocorrerá a 25 de maio de 1962, sendo o seu primeiro magistrado o Dr. José Dourador.